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Como reconhecer em nós a verdadeira caridade?

Atualizado: 27 de abr. de 2018


Kardec, na pergunta 886 de O livro dos Espíritos, faz uma das mais importantes reflexões de toda a Doutrina Espírita, ele pergunta aos espíritos: Qual o sentido da palavra caridade conforme a entendia Jesus?


A resposta dos Espíritos, clara e didática, a influenciar todas as obras da Codificação:


Benevolência para com todos; indulgência com as imperfeições dos outros; perdão das ofensas.


Ser benevolente é agir de boa vontade para com quem quer que seja, é ser delicado, ter gestos de gentileza e de preocupação com as outras pessoas. É pensar no próximo também, e não apenas em nós mesmos, nos nossos problemas, prioridades e urgências. A benevolência tem o caráter da doação. Doar-se, em primeiro lugar. Doar o nosso tempo para ouvir alguém, para prestar um favor, um auxílio mínimo que seja, até os grandes gestos de altruísmo que, por vezes, nos fazem dedicar toda uma parte de nossa vida a alguém especial. A benevolência abrange ainda, em nuance importante, a filantropia, a esmola dada com sentimento de carinho e atenção. Num mundo onde ainda tantos carecem do necessário para a sobrevivência material, a assistência social aos carentes faz-se urgente e indispensável.


Indulgência é misericórdia, compreensão, é tolerância para com as atitudes alheias.


É virtude que deve atuar no pensamento, toda vez que estivermos julgando, analisando e refletindo sobre o outro. O indulgente não vê os defeitos de outrem, ou se os vê, evita falar deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão daquela pessoa, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria. O homem de bem é indulgente para com as fraquezas dos outros porque sabe que ele mesmo precisa de indulgência, e se recorda das palavras do Cristo: Aquele que estiver sem pecado lhe atire a primeira pedra. Não se satisfaz em procurar defeitos nos outros, nem colocá-los em evidência. Se a necessidade o obriga a fazer isso, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.


Perdão das ofensas nos coloca na posição de não mais odiar. É a virtude que triunfa sobre o ressentimento, sobre o ódio, o rancor, o desejo de vingança ou de punição.


Perdoar independe de esquecer. É diluir a mágoa, a raiva que o fato gerou e não desejar o mal a quem lhe ofendeu, reconhece-lo também como um ser imperfeito, assim como nós, que um dia caminhará rumo à evolução. Esse tipo de esquecimento é extremamente benéfico para quem sofreu algum tipo de agressão, porque a energia gerada, a cada instante em que se revive o fato infeliz, aumenta a ferida que se formou e numa verdadeira roda viva acumula novo e desnecessário sofrimento. “Perdoar é bom para quem perdoa.”, ou seja, quem perdoa livra-se do fardo triste que carregava.


Sabemos que mesmo com todo estes conhecimentos muitas vezes perdoar é um aprendizado difícil, que, não raro, requer um esforço muito grande. Mas por isto mesmo é divino, é o caminho que nos leva até Deus. Perdoar setenta vezes sete vezes.


Quem perdoa já cresceu no amor... Quem humilde e sinceramente pede perdão... Caminha para o mesmo crescimento.


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