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Existem Almas Gêmeas?

Atualizado: 27 de abr. de 2018

Para melhor compreensão do tema, abordaremos cinco aspectos:


1. Origem do termo e significado.

2. Foram criadas, desde a origem, destinadas uma a outra?

3. Em que se baseia essa união, essa completa afinidade.

4. Podem procurar caminhar juntas eternamente?

5. Estando encarnado, como reconhecer a alma gêmea ou almas afins?


1. Origem do termo e significado.


A alma gêmea é um tema antigo que permeia filosofias e religiões. Platão o grande filósofo grego, é o responsável por popularizar o mito das almas gêmeas, com a sua obra “O Banquete”.

Em um dos trechos imortaliza o tema das almas gêmeas, com o Mito do Andrógino. Ele conta que no início dos tempos os homens eram seres completos, com duas cabeças, quatro braços e quatro pernas. E os homens se consideravam tão poderosos que subiram ao Olimpo para destronar os deuses e substitui-los. Porém, os deuses venceram a batalha, e Zeus castigou os homens por sua rebeldia dividindo-os ao meio. Desde então os homens buscam incansavelmente suas metades. A saudade remete para essa busca pela metade ausente, pela natureza original. A lembrança daquele sentimento inicial de completude é o que impulsiona a busca atual por uma alma gêmea.

A mesma teoria é desenvolvida pela Cabala, defendendo que, quando a nossa alma foi criada, foi igualmente concebida outra alma, a nossa gémea, que nos polariza, assim equilibrando o universo cósmico.

O Espiritismo nos mostra, no livro dos Espíritos, perguntas 291 a 303, (relação simpáticas e antipáticas dos Espíritos e metades eternas) que não há almas gêmeas no sentido de metades eternas, que se fundiriam numa para caracterizar uma individualidade, na pergunta 299 diz que a expressão é inexata, se um Espírito fosse a metade de outro, separado dele seria incompleto.

2. Foram criadas destinadas uma a outra?


O Livro dos Espíritos, na questão 298, afirma que não existe união particular e fatal entre duas almas, que a simpatia e a união entre os espíritos é o resultado da perfeita concordância de suas inclinações, de seus instintos. A identidade perfeita consiste na semelhança de pensamentos, de sentimentos e de graus de elevação.


Revista Espírita 1858 » Maio » As metades eternas, há o depoimento de dois espíritos considerados almas gêmeas, Abelardo e Heloísa, e informam que as almas não foram criadas em duplas, que formam desde a origem almas perfeitamente distintas, mas que caminham unidos e que, conforme se achem os homens mais ou menos perfeitos, acham-se nas mesmas condições. Que cada Espírito tende a procurar um outro Espírito que lhe seja semelhante. É o que chamais de simpatia.


Emanuel, na obra o Consolador, psicografia de Chico Xavier, assim se refere as almas gêmeas:


“No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.


Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. .... Quando se encontram, no acervo dos trabalhos humanos, sentem-se de posse da felicidade real para os seus corações — a da ventura de sua união, pela qual não trocariam todos os impérios do mundo.... (O consolador - questão 323 - Francisco Cândido Xavier – Emmanuel)


A ligação das almas gêmeas repousa, para o nosso conhecimento relativo, nos desígnios divinos, insondáveis na sua sagrada origem, constituindo a fonte vital do interesse das criaturas para as edificações da vida.


Separadas ou unidas, nas experiências do mundo, as almas irmãs caminham, ansiosas, pela união e pela harmonia supremas, até que se integrem, no plano espiritual, onde se reúnem para sempre na mais sublime expressão de amor divino, finalidades profundas de todas as cogitações do ser, no Dédalo do destino. (O consolador - questão 325 - Francisco Cândido Xavier – Emmanuel)”


A teoria das "Almas Gêmeas", foi contestada pela FEB, Federação Espírita Brasileira, por mostrar-se, segundo a instituição, em contradição à resposta dada pelos espíritos da Codificação (O Livro dos Espíritos, questões 298 e 299 ). Em amável resposta, Emmanuel pediu que a conservasse, porque a alma gêmea não seria essa das metades eternas, mas das almas perfeitamente identificadas. Divaldo informa que Emmanuel quis dizer que essas almas poderiam fundir-se, caso estivéssemos no corpo perispiritual apenas, os dois perispíritos não teriam ou sentiriam nenhum choque vibratório.


Mas Allan Kardec optou por manter a visão de que as metades eternas não existem, então nós seríamos gêmeos no sentido afetivo profundo, idênticos nas aspirações, nos completaríamos uns aos outros mas sem esquecermos da coletividade em geral, porque senão ficaríamos no privilégio do nosso amor exclusivo e abandonaríamos o mundo necessitado do nosso amor.


3. Em que se baseia essa completa afinidade?

Afinidades espirituais são almas que vivem juntas há milênios e acabam por apresentar grande identidade de bagagem espiritual. Essa afinidade é o alimento fundamental do espírito para as realizações da vida.


4. Podem procurar caminhar juntas eternamente?


A possibilidade de caminharem juntas no processo evolutivo existe, mas é importante lembrar que, no plano físico, podem reencarnar como pais, filhos, irmãos, marido e mulher, conforme a necessidade evolutiva de todos nós.


Revista Espírita 1862 » Julho » Ensinamentos e dissertações espíritas » União simpática das almas.


"P. ─ Já me disseste várias vezes que nos reuniríamos para não mais nos separarmos. Como poderá dar-se isso? As reencarnações, mesmo as que se sucedem às da Terra, não separam sempre por um tempo mais ou menos longo?


R. ─ Eu já te disse: Deus permite aos que se amam sinceramente e que souberam sofrer com resignação para expiar as suas faltas, reunirem-se primeiramente no mundo dos Espíritos, onde progridem juntos, a fim de obterem reencarnações em mundos superiores. Eles podem, pois, se pedirem com fervor, deixar os mundos espíritas na mesma ocasião, reencarnar-se nos mesmos lugares e, por um encadeamento de circunstâncias previamente determinadas, reunir-se pelos laços que mais convierem aos seus corações.


Uns terão pedido para serem pai ou mãe de um Espírito que lhes era simpático e que terão a felicidade de dirigir no bom caminho, cercando-o dos suaves cuidados da família e da amizade. Outros terão pedido a graça de se unirem pelo casamento e de verem decorrer muitos anos de felicidade e de amor. Falo do casamento entendido no sentido da união íntima de dois seres que não querem mais separar-se.


O que é que há nisso que não seja fácil de compreender e admitir? Deus, que ama a todos os seus filhos, não teria podido criar, para aqueles que se tiverem tornado dignos, uma felicidade tão perfeita quanto cruéis tinham sido as provas? O que poderia ele conceder que fosse mais conforme ao sincero desejo de todo coração amoroso? De todas as recompensas prometidas aos homens, algo há semelhante a esse pensamento, a essa esperança, eu poderia dizer a essa certeza de unir-se aos seres adorados por toda a eternidade?


Acredita em mim, filha querida, nossas secretas aspirações, essa necessidade misteriosa mas irresistível de amar, de amar longamente, de amar sempre, só foram colocadas por Deus em nossos corações porque a promessa do futuro nos permite essas doces esperanças. Deus não nos fará experimentar as dores da decepção. Nossos corações querem a felicidade e não pulsam senão pelas afeições puras. A recompensa só poderia ser a perfeita realização de nossos sonhos de amor.


Do mesmo modo que, na condição de pobres Espíritos sofredores destinados à provação, foi-nos preciso pedir e escolher por vezes as mais cruéis expiações, na condição de Espíritos felizes e regenerados escolhemos também, com a nova vida destinada a nos depurar ainda mais, a soma de felicidades concedidas ao Espírito adiantado."


Os muitos casos de afinidade nas obras espíritas


Selecionamos trechos das obras de Chico Xavier e Allan Kardec que exemplificam e atestam o que abordamos:


- Renúncia: Alcíone e Carlos (XAVIER, Renúncia, p.301, 2006.) ..”

- 50 anos depois:

Nessa obra, anterior a Renúncia, Célia e Ciro é o mesmo casal de almas gêmeas Alcíone e Carlos.

- Há dois mil anos:

Lívia é alma gêmea de Públio Lêntulus, senador romano.

- Nosso Lar

, Tobias se reencontra com suas duas esposas da última existência. A primeira, Hilda, era sua afinidade máxima e Luciana, a segunda, consorciou-se com ele em uma união fraternal.

- E a vida continua...

Evelina, católica desencarnada, era casada com Caio no plano físico, mas descobriu sua afinidade real em outra pessoa, Fantini.


5. Como reconhecer, quando encarnados, a alma gêmea, ou almas afins?


É uma possibilidade a união das almas gêmeas no plano espiritual por longa data, mas pode não acontecer. Tudo depende do merecimento de cada um e do estágio evolutivo. Um dos dois pode necessitar reparar erros e passar por provas em uma futura reencarnação e o outro não. Neste caso eles podem se encontrar futuramente, mas não necessitam reencarnar juntos e passar por uma nova vivência em um corpo material.


· O encontro com uma alma gémea é algo muito mais forte e muito mais intenso do que qualquer outro amor ou paixão vivida. Acima de tudo, o que caracteriza o encontro com uma alma gémea é a sua intensidade e, principalmente, a sua certeza. Quando encontramos a nossa alma gémea, sabemos. Não conseguimos explicar porquê, nem encontrar uma justificação lógica, mas sabemos que aquela pessoa faz parte de nós, que estamos intrinsecamente ligados a ela, e que a nossa vida nunca mais será a mesma depois de a encontrarmos. . Este encontro marca a vida de ambos de uma forma absoluta e irreversível, havendo um ponto de viragem na vida de ambos.


· Nem sempre conduz a um "e viveram felizes para sempre". Na verdade, isso raramente acontece. Precisamente porque a Alma Gémea é aquela com quem temos mais a aprender, o encontro e relacionamento com ela apresenta-nos, muitas vezes, os maiores desafios que a nossa vida amorosa alguma vez nos apresentou. O encontro com a Alma Gémea traz consigo o maior desafio amoroso que podemos viver, e por essa razão é frequente que, quando ele acontece, uma ou ambas as almas estejam envolvidas noutros relacionamentos.


· É bastante comum que se encontrem em momentos chave das suas vidas, e que o seu encontro esteja associado a uma estranha coincidência. É muito comum, também, que ao conhecerem-se e conversarem sobre os passados de um e outro, se encontrem estranhas coincidências em datas e lugares. Em vários pontos distintos da vida podem ter vivido nos mesmos lugares, sem antes se terem cruzado, ou até terem vivido lado a lado. Pode haver, também, uma estranha sintonia nas datas de aniversário de familiares ou de acontecimentos importantes nas suas vidas.


· Encontrar a Alma Gémea é como chegar a casa. É encontrar alguém com quem nos sentimos inexplicavelmente seguros, bem, completos. E sem sombra de dúvida.


· Quando duas Almas Gémeas se encontram, é frequente que estejam em pontos diferentes do seu processo de evolução. Uma delas pode ainda não estar preparada para viver esse amor intenso e absoluto, havendo um adiamento da consumação do mesmo. Esta separação temporária não é dolorosa, pois existe da parte da outra alma, mais evoluída, a firme certeza que "vamos ficar juntos".


· Outro dos traços que caracteriza o encontro de Almas Gémeas é a impossibilidade da separação. Estar afastado dessa pessoa dói, mais do que qualquer outra dor antes experimentada. Um ponto essencial a ter em conta é que entre Almas Gémeas tudo é sentido por ambas as partes. Mesmo sem querer assumir aquilo que sentem, a verdade é que de forma inexplicável são irremediavelmente atraídos um para o outro.

· Existe uma inexplicável sincronicidade de datas e lugares nas vossas vidas. Geralmente as Almas Gémeas vêem de partes distintas e não crescem juntas, para que possam trazer bagagens diferentes e aprender uma com a outra, mas há, ao longo das suas vida, misteriosas coincidências, como terem estado no mesmo dia no mesmo aeroporto noutra parte do Mundo, por exemplo.


· Quando encontrou esta pessoa sentiu-se imediatamente atraída para ela, sentindo, na sua presença, uma inexplicável sensação de paz e conforto. O encontro com a Alma Gémea caracteriza-se por uma certeza inexplicável. Quando a encontra, você sabe, no mais íntimo do seu ser, que a encontrou.


· Conhecem-se e compreendem-se um ao outro sem serem necessárias palavras, e foi assim desde o início da relação. Uma das características das Almas Gémeas é que são como livros abertos uma para a outra. Acontece, muitas vezes, um concluir as frases do outro, ou adivinhar espontaneamente aquilo que o outro está a pensar. Uma Alma Gémea sabe, instintivamente, aquilo de que a outra precisa. Sabe abraçar o outro no momento em que ele precisa, sem que este tenha de lho pedir.


· A outra pessoa encarna muitas características que você nunca imaginou que um parceiro seu pudesse ter, e vice-versa. Ainda assim, aceitam-se um ao outro e amam até mesmo os defeitos do outro.


· A química entre ambos é algo que nunca sentiu antes, transcendendo quase o plano físico. Para além do ato de fazer amor, o simples gesto de tocar a mão da sua Alma Gémea provoca uma poderosa descarga elétrica em ambos, pondo todas as suas terminações nervosas em turbilhão. Esta sensação, que é frequente nos primeiros tempos de paixão, nunca desaparece nem mesmo com a passagem dos anos quando se trata de Almas Gémeas.


· Sente-se inexplicavelmente bem com aquela pessoa, desde o primeiro momento. As Almas Gémeas despem-se completamente quando estão juntas, deixando de sentir a necessidade de se protegerem que caracteriza o início de outros relacionamentos. O medo de ficar vulnerável, exposto, deixa pura e simplesmente de existir.


· Têm a mesma opinião sobre os princípios básicos da vida. Por mais diferentes que sejam, estão de acordo no que diz respeito a princípios, possuem os mesmo valores e vêem o mundo da mesma forma.


· Sabe que não vai perdê-lo. Muitas vezes há separações entre Almas Gémeas, mas o Destino parece misteriosamente fazer sempre com que se voltem a reencontrar e a reunir. Quando duas Almas Gémeas se encontram, elas sabem que não podem ser separadas, independentemente daquilo que aconteça. Por isso, sentem uma profunda sensação de pertença e não sentem medo de perder o outro, porque no mais íntimo do seu ser sabem que sempre foram, são e serão, apenas um só.







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