top of page

Primavera de Marta - Mensagem do dia 03.12.2021


Vozes pessimistas hão se levantado em todos os tempos da história terrestre, proclamando a derrocada da raça humana e o seu fim apocalíptico.

Asseguram estar vindo uma chuva de fogo, por cujo meio a Divindade poria fim a uma raça que perdeu a direção ética e optou pelo cultivo do mal.

Lavram discursos inflamados, tecem longas catilinárias em derredor do Armagedom e clamam pela conversão dos infiéis enquanto é tempo.


E, na ampulheta desse Cronos implacável, suas sentenças equivocadas vão ficando pela estrada, quais folhas mortas, varridas pelo vento impetuoso da evolução e do progresso.


Quando tudo parece conspirar para o término da história, impondo pelos acontecimentos o fim da trajetória humana no planeta azul, este se ergue de suas próprias contradições e se renova, à semelhança da Fênix mitológica.


Percebe que a guerra não soluciona seus conflitos e elege a diplomacia como alternativa para a paz mundial.


Elabora grandes blocos comerciais, diminuindo barreiras alfandegárias e amplificando o progresso para muitos povos.


Revoga leis injustas e proclama o direito de minorias esmagadas ou esquecidas.


Se permite ao exame de questões religiosas ultrapassadas, oxigenando a compreensão de temas palpitantes e de interesse coletivo.


E uma nova era parece sacudir as bolorentas estruturas, impondo e constrangendo as massas a caminhar em direção a insondável futuro.


Os augúrios destrutivos, os vaticínios de arrasamento perdem a cor e são esvaziados de fatos que os confirmem.


A retórica torna-se vazia, como vazias são muitas vidas nesses tempos de ciência sem Deus, onde amargas filosofias tem pautado a cartilha da vivência de milhões.


Estorcegam nas sensações grosseiras, fugindo do encontro consigo mesmos.


Elegem deuses quebradiços, os entronizando nas vitrines da fama passageira.


Negam a própria imortalidade, chafurdando-se no materialismo que os asfixia.


Combatem qualquer ideologia que não se compactue com os prazeres imediatos do corpo, patrocinados pelo dinheiro farto.


São dignos de compaixão...


A vida é uma experiência por demais profunda para ser resumida tão somente no estágio entre o berço e o túmulo.


Fascículo de luz, ao ser está fadado a glória estelar, após vencidas as procelas terrestres.

Seu escafandro de ossos é transitória vestimenta de que se vale no palco do mundo, saindo da passividade para coadjuvante das tramas da evolução.


Tudo que venha a possuir como recurso material é brinquedo que a maturidade descarta um dia.


Sedento de Deus, o deotropismo o atrai para o cultivo do sagrado em si mesmo.

Incessantemente, busca equacionar-se, descobrindo quem se é.


Ao seu olhar amadurecido pela dor, nada se destrói.

Tudo se renova, se aperfeiçoa incessantemente.


Insculpindo o Senhor na própria intimidade, sente-se vergastado por dentro.


Abandona as sombras onde ocultava a própria miséria moral e se projeta no tempo novo, onde não realiza o que quer, mas sim o que deve.


Lentamente, se faz ferramenta valiosa nas mãos de Jesus.


Reconhece os espinhos da estrada, mas se curva à beleza da rosa.


Anota a existência do pântano e, sem qualquer crítica, escava o dreno que o suprime.


Lamenta a semente que morreu no solo crestado, mas avança para nova sementeira, rico de entusiasmo e bom ânimo.


Faz da noite palco de suas reflexões e cada dia busca ser melhor do que na véspera.


Não espalha medo.


Faz-se arauto da esperança.


Não condena.

Compreende.

Não critica.

Ajuda.


Não blasfema.

Ora.


Repousa, mas nunca está inativo ou ocioso.


Eis o tempo novo, onde o alto tem chamado para todos, nem sempre encontrando ressonância nas mentes e nos corações.


Em quase todos os tempos foi assim.


Muitos os chamados, poucos os escolhidos.


Tens interesse na vaga?


Marta

Salvador, 03.12.2021

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page