Primavera de Marta - Mensagem do dia 09.11.2021
Atualizado: 15 de nov. de 2021

Não localizamos, até hoje, um campo mais fértil e vasto de possibilidades do que a gleba da convivência.
Quase a totalidade de nosso aprendizado ao longo de uma existência vem da proximidade com os demais, que convivem conosco em regime de permutas próximas ou não.
Os pais são os primeiros educadores do Espírito recém-chegado ao campo das experiências materiais, nos filhos deixando uma herança de valores que ficará indelével.
A escola, onde nos situamos entre colegas e professores, geralmente é nosso primeiro espaço de intenso aprendizado na convivência coletiva além das paredes do lar.
O campo profissional nos faculta, por sua vez, a experiência de servir a outrem sob remuneração, onde ministramos esse ou aquele conhecimento técnico a quem nos contrata. Por nossa vez, sempre que surge um campo de atividades onde não atuamos, recorremos a esse ou aquele especialista, buscando a realização de algum labor em nosso favor.
O destaque fica por conta de que estamos na Terra em regime de interdependência, onde alguém precisa de nós e nós precisamos dos outros.
Muitas criaturas estão se queixando de solidão nestes dias de intensa e febril comunicação virtual, onde as tribos digitais estendem tentáculos em múltiplas direções, mas se logram multiplicar seguidores, nem sempre fazem surgir laços legítimos de afetividade e cumplicidade no bem.
Aí estão os _fakes news_, alimentados por grupos em sombras ou indivíduos atormentados, gerando desconfiança e inquietação na comunidade de internautas. Há quem crie vírus para contaminar a rede, se supondo senhor da Matrix, tentando governar a internet para atender criminosos caprichos pessoais.
O que desejamos ressaltar é que o que fazemos no mundo afeta os demais, sendo que diariamente estamos sob influência das ondas projetadas pelos outros. Nesse regime de reciprocidade vibratória, temos o dever de selecionar a onda que parte de nosso fulcro em direção ao outro, tanto quanto precisamos observar o que nos atinge, partindo de terceiros.
Enquanto a conferência da ONU discute na Europa as mudanças climáticas, impostas pela presença humana na face da Terra, igualmente deveríamos promover uma reflexão sobre a poluição mental e moral que hoje sufoca e asfixia a totalidade da raça humana.
Projeções de medo, causando pânico nos demais.
Atitudes insensatas, gerando descrédito e reações violentas nos atingidos.
Emissões de petardos mentais de agressividade e intolerância, produzindo uma sociedade que reage continuamente, deixando de agir.
Vibrações de ódio, desencadeando forças sombrias nos afetados.
Há muito lixo plástico boiando nos mares, intoxicando os corais e comprometendo a qualidade da vida marinha, com consequências imprevisíveis sobre nossa saúde coletiva, entretanto quase nada é abordado sobre o vastíssimo lixo mental e emocional produzido a cada instante, quando emitimos uma onda pessimista, soltamos uma frase de amargura ou digitamos uma informação perturbadora, alimentando a intriga ou a sensualidade.
Se somos atingidos, igualmente tocamos a sensibilidade alheia. À semelhança de antenas transceptoras, projetamos algo de nós em direção aos outros e por sua vez somos alvo da onda mental que do outro parte. E aqui nos referimos, em regime de exclusividade, ao desconhecido oceano de vibrações que permeia a convivência de encarnados para encarnados, sendo que ainda se ignora, na sua maior parte, a poderosíssima influência que sofremos, diariamente, das mentes e corações situados na esfera invisível, onde bilhões de homens e mulheres desencarnadas vibram em faixas as mais complexas e antagônicas possíveis.
Fundamental se faz que analisemos que tipo de energia produzimos no mundo. Qual o teor de nossas vibrações pessoais, e que reações desencadeamos no próximo.
Por sua vez, flechas mentais e emocionais estão permanentemente nos atingindo, produzindo em nosso mundo íntimo inesperadas reações.
Imaginemos uma sociedade onde os indivíduos que a compõem, a cada manhã, despertassem na luz da oração, iniciassem suas atividades projetando raios de esperança e fechassem o dia nas sutis vibrações da gratidão. Teríamos no planeta o selo da mansidão e o reino de Deus estaria fincado nos corações. Hospitais seriam extintos por inexistência de enfermos, presídios teriam suas portas cerradas e a queixa desapareceria da conduta diária, ensejando uma saúde integral nas criaturas viventes, em perfeita harmonia uns com os outros e consigo mesmo.
Outra não foi a lição de Jesus quando de Sua divina presença entre nós. Constatar que a contaminação não está relacionada com o que entra, mas sim com a vigorosa emissão mental por nós produzida na direção do outro.
Cuida, enquanto é tempo, de fiscalizar tua usina de vibrações. De teu coração pode brotar um fardo de espinhos ou um ramalhete de perfumadas flores.
No dizer de Emmanuel, toda semente produz. A escolha, é nossa.
Marta
Salvador, 09.11.2021