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Primavera de Marta - Mensagem do dia 12.11.2021

Atualizado: 15 de nov. de 2021


Sob análise das ciências da psique, milhões de vidas jornadeiam presentemente os caminhos terrestres assinaladas pelo vazio existencial. Assemelham-se a vasos sem flores, desertos áridos ou gleba improdutiva, que o escalracho tomou de assalto.


Em algum momento da jornada se viram farpeados pelo sofrimento, foram atingidos pela decepção ou tombaram nas amarguras, perdendo o rumo e a direção. Alguns fizeram esforços para retomar a estrada que lhes é própria, mas as forças pareceram lhes abandonar nas horas mais difíceis, e acabaram por estacionar o passo em plena caminhada.


Os amigos fugiram e os adversários se multiplicaram prodigiosamente.


As dores avassalaram as boas intenções e outra alternativa não lhes surgiu à frente a não ser abandonar os sonhos acalentados. Tomados de inquietação e desencanto, se estiraram às margens da estrada e pausaram, por tempo indefinido, as lutas e a marcha.


O tempo, implacável devorador de impérios e civilizações, atravessou a ampulheta de areia e modificou completamente os quadros em torno da vida.


Entes queridos partiram na jangada de Caronte.


Sócios deixaram os projetos inacabados.


Afetos viraram as costas.


Sicários apareceram, indiferentes ao pranto e multiplicaram as úlceras já existentes.


Alguns cogitaram o suicídio como saída da problemática agressora. Outros, se drogaram, buscando anestesiar a consciência para o mar de problemas.


Foi tudo em vão.


A vida é o que é e nós somos o que somos. Fugas simplesmente adiam as soluções possíveis, complicando ainda mais o problema já existente. O aditivo químico entorpece e mascara a agonia, criando mais vazio existencial. Chorar indefinidamente não vai solucionar as questões urgentes ou tardias.


Sob o ângulo do Evangelho, o mundo é vastíssima arena de lutas de aperfeiçoamento do Espírito reencarnado. Escola da alma, se vale de muitos recursos pedagógicos para impulsionar o corpo discente na conquista dos lauréis acadêmicos. Oficina de trabalho, não premia o menor esforço nem destaca o operário negligente.


Ofertando como qualquer gleba o fruto da sementeira ali lançada, a Terra, ainda categorizada como mundo de provas e expiações avança para novos estágios de evolução coletiva e individual, acolhendo bilhões de alunos em estágios diferentes de cultura e entendimento.


Lições não faltam.


Devotados mestres estão sempre em sala de aula.


Cadernos e livros estão ao alcance das mãos.


O Divino Mestre, em percorrendo há dois mil anos o educandário das almas a Ele confiada pelo Pai, anotou em muitos corações a cegueira e a imprevidência, a rebeldia e a astúcia, alertando a todos que no mundo somente teríamos aflições, porém, Ele havia triunfado sobre as misérias humanas.


De lá para cá, muitos estudantes já repetiram sucessivas vezes o mesmo ano escolar, negligenciando o estudo e aviltando a honorabilidade da escola, como se ela devesse a cada ciclo improdutivo renovar a matrícula do aluno displicente.


Segundo a sabedoria do Eclesiastes, existe tempo para tudo entre a terra e o céu.


E que ninguém esqueça essa verdade simples.


Tempo de plantar. E de colher.


De nascer. E de morrer.


De sorrir. E de chorar.


Alma alguma desprezará o tesouro do tempo sem pagar alto preço ao governo do universo.


Espírito algum será promovido sem passar por provas e aferições regulares. Nenhum educando granjeará vaga na universidade da vida subornando fiscais ou inspetores escolares.


Esse tempo de fantasia e ilusão a própria escola tem mecanismos de extirpação dos mesmos.


O Senhor dos mundos prioriza a educação integral dos filhos, lhes ofertando a escola planetária como internato de bilhões de alunos em ambos os planos existenciais.


Incontáveis sonham com o momento de vestirem o uniforme de carne, regressando ao pátio da escola terrestre. Muitos matriculados se evadem das aulas, saltando o muro das obrigações que lhe são pertinentes.


Outros, estão a tardar o retorno às salas de aula, fingindo no pátio que o recreio ainda não terminou.


Não te faças indiferente ao aprendizado, nem te julgues sorteado na loteria divina para o escarmento perante o colégio.


Tuas lutas são teus troféus e medalhas, condecorando teus esforços em superá-los.


Nunca te faltou suporte, mesmo quando não o vejas.


Ninguém, pessoa alguma, te tomará o lugar no dia das provações mais difíceis e dolorosas. Elas são tuas.


Ora, te refrigerando nas águas lustrais do intercâmbio oculto com a Divindade.


Busca amparo nas afeições queridas que te anteciparam na grande viagem ao país da luz, mas nunca olvides que se te assistem, não podem sentar em tua cadeira, nem manipular o grafite nas respostas que deves ofertar ao caderno de provas em tua estrada.


Se assim procedessem, candidato serias à inutilidade e à ignorância.


Avança quanto possas, mesmo claudicando.


Atestado remissão das dívidas contraídas outrora, aprovado nos exames e vitorioso na sabatina, serás convocado a permanecer na escola terrestre como mestre ou ascender para novo liceu na casa de Deus, onde perceberás que nunca fostes objeto da injustiça Divina, que só existe nas mentes transgressoras.


A cada um segundo suas obras. Assim atuam as leis de Deus.


Marta

Salvador, 12.11.2021

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